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“A mobilidade é essencial para as cidades”. Foi o Administrador do CEiiA, António Cunha, que deu o mote à segunda edição do “Demonstrador Tecnológico”, subordinado ao tema “Mobilidade Sustentável”. O evento ocorreu no CEiiA, em Matosinhos, no dia 10 de maio, e contou também com intervenções do Ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e do Presidente da ANI, Eduardo Maldonado.

Esta iniciativa itinerante promovida pela ANI no âmbito do SIAC - Iniciativa de Transferência do Conhecimento dá palco aos Centros de Interface (CIT) e tem como objetivo envolver o tecido empresarial nacional com os resultados da inovação e empreendedorismo de base científica e tecnológica. Para o Ministro da Adjunto e da Economia, os CIT são “protagonistas centrais envolvidos na transferência do conhecimento e aplicação às realidades empresariais”.

“A continuidade do crescimento da nossa economia tem de passar por reforçar as apostas do modelo de desenvolvimento: qualificação de recursos humanos, inovação e conhecimento”, acrescentou o Ministro, que considerou essencial “a capacidade de transferir o conhecimento e incorporá-lo em processos e produtos para os clientes”. 

Pedro Siza Vieira reforçou a importância da atividade da ANI para a promoção da inovação e o crescimento da economia portuguesa, que há três anos está acima da média europeia e enalteceu este tipo de iniciativas. “Precisamos de continuar a apoiar a troca de experiências. Também destes encontros e contactos surgem ideias que fertilizam outras ideias e práticas”, explicou.

A relevância desta ação foi, também, destacada na intervenção do Presidente da ANI. “Estes dias pretendem não só que cada um dos CIT se apresente, mas sobretudo que quem os conhece menos bem veja as suas capacidades, como pode interagir e tirar daí proveito”, afirmou Eduardo Maldonado. O objetivo estratégico do papel da ANI na organização dos “Demonstradores Tecnológicos” é “potenciar os centros e ajudar a evoluir a indústria nacional, aumentando a competitividade das empresas”.

Este conjunto de eventos enquadra-se, igualmente, “numa iniciativa do Programa Interface do Governo que cabe à ANI implementar”. “Os CIT foram lançados há algum tempo e em 2017 foram reconhecidos pelo Ministro da Economia. Já há quase 30, que é um número muito significativo”, reforçou o Presidente da ANI.

O CEiiA é um centro de investigação que cria produtos

Antes da visita às instalações do centro de engenharia, houve espaço para uma contextualização sobre o CEiiA. O Administrador, António Cunha, explicou que a investigação se traduz no desenvolvimento de produtos, uma realidade física, possibilitada pelo trabalho de cerca de 300 pessoas com competências multidisciplinares, numa casa com mais de 12 anos de experiência.

Desde o conceito e do desenho até aos processos de pré-industrialização, os setores automóvel, da mobilidade, da aeronáutica, da exploração do mar e subaquática e da exploração do Espaço são trabalhados pelo CEiiA de forma conectada.

 

Um debate sobre as oportunidades e desafios da mobilidade do futuro

O “Demonstrador Tecnológico” reuniu cinco especialistas numa conversa sobre as oportunidades e os desafios para o futuro da mobilidade. Frederico Custódio, do CEiiA, liderou a discussão entre André Dias, do Mobi.me; Júlio Grilo, da Simoldes; Miguel Santos, da BOSCH; Luís de Matos, da Follow-Inspiration; e Luís Maia, da ANI.

Num cenário em que cerca de 30% dos jovens não considera ter veículo próprio e em que se regista um aumento da procura de serviços de mobilidade partilhada verifica-se, também, uma alteração ao nível do território, com cerca de 54% da população a viver em áreas urbanas. O panorama é marcado, ainda, pelo aumento da tecnologia existente nos transportes. “Não são apenas os veículos que estão conectados, mas os próprios componentes dos veículos”. Foi desta forma que Frederico Custódio deu início ao debate.

Para Júlio Grilo, da Simoldes, “um problema atual é a competitividade” gerada pelos “desafios económicos” que existem “além dos desafios tecnológicos”. O especialista enfatizou o entrave que é desenvolver produtos escaláveis e que possam ser comercializados a preços justos. “Na Simoldes necessitamos de melhorar toda a cadeia de fornecimento para oferecer soluções a um preço exequível. A política de indústria 4.0 é essencial para a sustentabilidade da Simoldes e para aumentar a sua eficiência e a competitividade”, rematou.

Luís Maia, da ANI, ressalvou também o desafio de escalar os produtos em Portugal. Todas estas áreas poderiam beneficiar de programas de financiamento geridos em Bruxelas, explicou. No entanto, “concorrem com toda a Europa” e, em Portugal, “a área dos transportes está abaixo da média europeia”, nomeadamente no que concerne aos veículos elétricos e veículos autónomos e conectados. O Delegado Nacional e Ponto de Contacto Nacional Horizonte 2020 defendeu o contacto com parceiros. “É importante estar presente em Bruxelas, fazer parte das parcerias e apostar no networking”, defendeu.

Do ponto de vista das startups, a realidade não é muito distante. “A grande dificuldade de uma startup é, em primeiro lugar, ter um produto, conseguir passar da sua a ideia e um produto que seja escalável”, contou o fundador da Follow-Inspiration. No seu caso, Luís de Matos, percebeu que a empresa não deveria ser dedicada a um produto, mas a uma tecnologia. “O mercado não estava pronto para aquela tecnologia”, explicou. Então, a estratégia passou por aplicar tecnologia em projetos “chave-na-mão”, conseguindo retorno imediato e diversas aplicações.

A BOSCH ressalvou a importância de adaptar o negócio e diversificar os produtos. A adaptação é fulcral para combater os desafios futuros, mas apenas possível com “mais de 330 engenheiros em I&D, mas mais de mil pessoas com a Universidade do Minho e o INESC TEC”, afirmou Miguel Santos.

Já André Dias, da plataforma Mobi.me, referiu a falta de integração de soluções de mobilidade como o principal entrave a enfrentar por quem trabalha na área dos serviços. “A mobilidade como um serviço é um sonho, mas não existe de forma integrada. Há experiências separadas. Cada cidade tem um ecossistema próprio de regulação, de atores, de indústrias”, relatou, reconhecendo a experiência pioneira na cidade de Cascais como um marco importante para depois escalar a solução para uma área

Um programa de startups focado na Indústria 4.0

A sessão incluiu ainda a apresentação do programa “Connected Industry 4.0”, que visa promover a aproximação entre startups e indústria e auxiliar a indústria portuguesa a entrar na quarta revolução industrial.

O programa é liderado pela Beta-i em parceria com a 4Scale (incubadora do CEiiA), a Porto Business School e a Critical Manufacturing, para desenvolver competências específicas para a Indústria 4.0.  O projeto surge da necessidade de apoio B2B por parte das startups.

Recorde os melhores momentos:

INESC TEC recebe próximo Demonstrador Tecnológico no dia 28 de maio

O próximo Demonstrador Tecnológico ocorre já no próximo dia 28 de maio, no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto. “Tecnologias de Produção e Sistemas Ciber-físicos” é o tema da terceira edição, promovida pela ANI.

O Demonstrador Tecnológico é promovido no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência de Conhecimento, cofinanciada pelo COMPETE 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Um Projeto SIAC - Iniciativa de Transferência do Conhecimento

siac Roteiro da Inovação SIAC - Iniciativa de Transferência do Conhecimento demonstradortecnologico
14/05/2019
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