Relatório SoftPower “Innovation Agencies as catalysts of change: understanding the value of non-financial support for European innovators”

A ANI e a NESTA – fundação britânica de estímulo à inovação publicaram as conclusões da Task Force “SoftPower” num relatório intitulado “Innovation Agencies as catalysts of change: understanding the value of non-financial support for European innovators”. O documento resulta do trabalho de 17 agências de inovação da Europa, lideradas pela ANI em colaboração com a NESTA, que envolveu ao longo de 2 anos uma extensa recolha de informação e um debate alargado a diversos atores do ecossistema de inovação.

As conclusões do relatório confirmam a tendência crescente para que as agências de inovação públicas centralizem as suas atividades nos serviços de apoio não-financeiro, focando-se em capacitar as empresas para o perfil inovador. A maioria destas agências tem efetivamente vindo a apostar num apoio personalizado à I&I, centrado e adaptado às necessidades concretas das empresas.

Este novo modelo de atuação das agências de inovação, mais centrado no plano de evolução da empresa do que no financiamento a projetos avulso, assegura uma maior partilha de risco com as empresas altamente inovadoras numa fase inicial de projeto ou ideia, alocando o esforço público a um acompanhamento de longo prazo com avaliação de resultados.

O relatório aponta ainda algumas recomendações, como a necessidade de uma maior flexibilização das regras de aplicação dos meios financeiros. O panorama das agências de inovação da Europa é muito diversificado, decorrente de estruturas institucionais diferentes, e, como tal, as formas de intervenção nos sistemas de inovação são muito distintas, pelo que os instrumentos e serviços de apoio variam bastante.

A discussão em torno do próximo Programa-Quadro de I&I da UE, o programa ‘Horizonte Europa’, e a criação de um Conselho Europeu de Inovação (em inglês, EIC) serão determinantes para as agências de inovação na estruturação das suas atividades. Ao propor uma atuação mais direcionada e interventiva no financiamento à inovação, o próximo Programa-Quadro apresenta desafios acrescidos nos tipos de apoio, apontando para o apoio individual e de mais longo prazo, a segmentação de clientes e ações dirigidas, a preparação para avaliação presencial centrada na ideia, o acesso a investidores e o aconselhamento na gestão de inovação.