Debate foi transmitido em direto na página de Facebook da ANI

O mês de dezembro começou com mais uma Innovation Talk, desta vez dedicada à sustentabilidade e ao Green Deal 2030-2050 e aos desafios para o ecossistema de inovação industrial. No passado dia 3 de dezembro, Jaime Monteiro, Gestor de I&D do Grupo Simoldes, António Braz Costa, Diretor Geral do CITEVE e Angela Nunes, Diretora Executiva do Secil Group estiveram à conversa, numa sessão moderada por João Gomes, Chief Operations Officer, do CeNTI.

O Pacto Ecológico Europeu “European Green Deal” engloba a nova estratégia europeia para resolver e minimizar as alterações climáticas. O Green Deal consiste numa nova estratégia de crescimento económico e social eficiente, assente num novo paradigma de aproveitamento de recursos de forma competitiva e sustentável, com o objetivo de transformar os desafios ambientais em oportunidades transversais e inclusivas à sociedade e indústria da UE. Nesta Innovation Talk debateram-se alguns dos desafios e oportunidades do Pacto Ecológico Europeu para a indústria nacional. Representantes de três das principais indústrias transformadoras em Portugal - construção, plásticos e têxteis - discutiram as principais estratégias para antecipar as metas deste pacto, encontrando oportunidades nos desafios colocados pela transição sustentável.

Na opinião do moderador João Gomes, “o nosso ecossistema de inovação é um importante alicerce para explorar as oportunidades e desafios lançados pelo Pacto Ecológico Europeu”. Nesse sentido, o investigador acredita que os vários setores de atividade se devem aliar aos principais motores da inovação para descobrir as estratégias mais eficientes para caminharmos para a descarbonização.

Angela Nunes acredita que os desafios impostos pelo Green Deal são muito importantes porque trazem a força necessária para arrancarmos para uma nova era. Na opinião da Diretora Executiva da Secil, “há uma grande pressão para mudarmos os nossos hábitos, porque neste momento já estamos a falar numa questão de sobrevivência”. No setor da construção, em particular, a oradora reforça que está a ser feito um esforço cada vez maior no sentido de reduzir o impacto que a produção de materiais como o cimento ou o betão têm nas emissões de CO2. Além disso, acredita que este é um setor que “está em completa revolução”, sendo que existem cada vez mais métodos para ajudar a torná-lo mais sustentável.

Para Jaime Monteiro o investimento em atividades de Investigação e desenvolvimento é fundamental para que se consigam atingir as metas propostas pelo Pacto Ecológico Europeu. O Gestor de I&D do Grupo Simoldes acredita que, sem trabalho de pesquisa, “não é possível apresentar soluções que sejam interessantes para o contínuo processo de descarbonização”. No caso concreto da empresa em que trabalha, o orador afirma que há uma preocupação cada vez maior no desenvolvimento de tecnologias que permitam construir peças mais leves para o setor automóvel, principal destinatário dos seus produtos, e que tenham como principal objetivo a redução efetiva do consumo de combustíveis e de emissões de CO2.

            No caso do setor têxtil, António Braz Costa assume que a verdadeira onda de mudança chegou quando os consumidores começaram a procurar produtos mais sustentáveis. O Diretor Geral do CITEVE afirma que, apesar deste ser um dos setores que há mais tempo se preocupava com as questões ambientais, há ainda muito espaço para evoluir, sobretudo através do cumprimento das diretivas da União Europeia. Quanto aos principais desafios para a descarbonização da produção têxtil, o orador defende que é necessário combater a dependência das fibras produzidas a partir do petróleo. Além disso,assume que “a logística associada à movimentação de matéria é um grande potenciador da pegada ecológica do setor”, sendo cada vez mais importante trabalhar para uma redução significativa deste problema.

As Innovation Talks regressam no próximo dia 17 de dezembro, pelas 12h, para uma conversa de dedicada aos veículos do futuro e à tecnologia no setor automóvel. Estas sessões decorrem em direto no Facebook e ficam também disponíveis no site e canal de Youtube da ANI, para que possam ser vistas ou revistas.