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O Edu@Tech foi uma das novidades da 2ª Tech@Week promovida pela ANI e teve como objetivo aproximar os jovens da ciência e da tecnologia. O agrupamento de Escolas de Viana do Castelo recebeu a iniciativa, a 23 de setembro, num dia dedicado ao tema "Inovação Emergente na Energia e nos Materiais”, recheado de palestras e que contou também com uma mostra tecnológica.

No total participaram 260 alunos do 11º e 12º anos dos cursos profissionais de Eletrónica, Automação e Comando, Eletromecânica e Mecatrónica. Sandro Viena, 17 anos, estudante de eletromecânica, caracterizou esta iniciativa como uma “oportunidade para os estudantes conhecerem novos rumos”.

Carla Gomes, professora da Escola Secundária de Monserrate, realça também que “eventos desta natureza são muito importantes”. “Saímos de uma pandemia em que houve pouca ligação ao mercado de trabalho e por isso trazer à escola o que estas empresas fazem, e principalmente estas empresas novas, é extramente útil para os alunos conhecerem o mercado de trabalho e o que o futuro os espera”.

Ruben Amorim, que está a estudar mecatrónica, gostou do que aprendeu sobre smartcities (cidades inteligentes). Margarida Cajada, do DataCOLAB, falou sobre a temática e incitou os estudantes a contribuir com soluções: “A inovação é a criatividade que transporta valor acrescentado”. “Estamos a trabalhar para trazer para a cidade, à semelhança do que já acontece nas nossas casas, mais automatismo. A ideia é gerir de forma inteligente os vários recursos, a energia e a água por exemplo, de forma sustentável e com o grande objectivo de beneficiar cidadãos e empresas”, explicou.

No Edu@Tech estiveram também presentes representantes da CorPower Ocean Portugal e da OceanWinds, que apresentaram ideias inovadoras para a produção com o vento e o mar de energia limpa (éolica e ondomotriz).

Ricardo Rosa, antigo aluno da escola, explicou como funciona a plataforma eólica que se encontra ao largo da cidade de Viana do Castelo (projeto WindFloat Atlantic). Tudo começou com um protótipo lançado em 2011 que “sobreviveu a ondas de 15 metros” mostrando a sua eficácia e hoje a plataforma encontra-se na chamada fase pré-comercial, explicou o engenheiro, realçando que “a produção de energia no mar é quatro vezes maior do que a que se pode fazer em terra”. Ricardo Rosa lembrou ainda que os estudantes devem estar atentos a “oportunidades de trabalho em termos técnicos, engenharia e investigação nesta área”, em que escasseiam recursos humanos especializados.

Eduardo Pacheco, da CorPower Ocean Portugal, uma empresa com sede na Suécia, mas que tem o centro de investigação e desenvolvimento em Viana do Castelo, veio falar de um protótipo que pretende aproveitar energia das ondas e que se inspira “em algo muito básico que é o bombeamento do coração do ser humano”. “Os músculos do coração bombeiam o coração num único sentido, ao bombear criam pressão hidráulica que faz com que colete sangue e volte a bombear. É essa a nossa tecnologia. De forma semelhante, os nossos conversores de energia das ondas usam um sistema de pré-tensão para puxar a boia para baixo, quando a onda passa empurra a boia para cima, enquanto a pressão armazenada fornece força de retorno para conduzir a boia para baixo”, explicou o engenheiro mecânico. Com base num compósito (material formado pela combinação de outros materiais que retira as melhores propriedades de cada um), este projeto tenta obter um produto de qualidade superior que “tenha flutuabilidade, mínimo peso e que consiga sobreviver às condições climatéricas existentes”.

Eduardo Pacheco lembrou ainda que “a maior bateria do mundo são os oceanos”, realçando que o objetivo final é contribuir para o “fornecimento de electricidade à rede em conjunto com as outras energias tal como a energia eólica”, lembrando que estamos perante “um grande desafio para a humidade que é conseguir uma transição para 100% de energias renováveis”.

Para além destas entidades, estiveram também presentes nas atividades de demonstração do Edu@tech, uma iniciativa que decorreu pela primeira vez no âmbito da Tech@Week, a Atlantis - INESC TEC, a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e as Águas do Alto Minho.

 

As Tech@Weeks são promovidas no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência de Conhecimento TECH4INNOV, uma iniciativa cofinanciada pelo COMPETE 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

tech4innov
07/10/2022
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