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O Business Center da Zona Industrial e Logística de Sines foi o palco da ação de demonstração da 2ª Tech@Week promovida pela Agência Nacional de Inovação (ANI), com o tema “Inovação Emergente na Energia e nos Materiais”. Para além da partilha de conhecimento entre diferentes intervenientes do setor, os participantes puderam conhecer mais uma dezena de projetos inovadores.

A escolha de Sines para este encontro teve uma meta clara: descentralizar dos habituais centros urbanos, para levar o debate e a inovação até onde as mudanças estão a acontecer. “Não haveria lugar mais próximo para estarmos junto da indústria da energia do que o complexo industrial de Sines. Na proximidade estabelecem-se pontes diferentes com os atores, aumenta-se a confiança e é com base na confiança que se conseguem fazer projetos colaborativos”, defendeu João Borga, administrador da ANI.

João Borga lembrou que a energia é um dos maiores desafios do nosso tempo, elogiando a aposta de Portugal nas renováveis. “Somos um dos países mais verdes, mas temos de inovar, melhorar a nossa prestação e integrar inovações na cadeia produtiva”, considerou.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, que esteve na iniciativa, concorda que "Portugal tem-se assumido como determinante na área das energias renováveis, das baterias e do hidrogénio verde através da aposta que tem sido feita nas novas tecnologias”, considerando que é necessário continuar o trabalho na área da transição energética para que Portugal possa encabeçar “as mudanças que estão a ocorrer na Europa”.

Rumo a uma energia sustentável

O secretário de Estado da Economia, João Neves, também presente no evento, afirmou que o Governo “tem uma enorme expetativa de investimento” em Sines, em que estamos próximos de “assistir a uma grande transformação das fontes energéticas e da forma como a produção de bens se relaciona com a indústria”.

Um investimento que foi confirmado por Filipe Costa, CEO da AICEP Global Parques, que gere o parque industrial e logístico do complexo portuário de Sines, que tem como prioridade a transição para a “energia e indústria verde, descarbonizada e circular”. O responsável exemplificou com alguns projetos como a “reconversão da antiga central termoelétrica a carvão para a produção de hidrogénio verde”, a produção de combustíveis alternativos mais amigos do ambiente ou a construção de um gasoduto de gases renováveis circulares.

João Neves afirmou ainda que Portugal tem o desafio de encontrar soluções que permitam “alimentar o processo de inovação” e “a sustentabilidade do crescimento económico”. “É importante não só alimentar o processo de inovação, mas também responder ao processo de sincronizar inovação e produtividade”.

Como transitar para um futuro sustentável?

Para responder a esta questão, Paulo Ferrão, presidente do IN+ Center for Innovation, Technology and Policy Research, apresentou, pela primeira vez em Portugal, o resultado de um trabalho de 15 anos sobre economia sustentável. “Quando uma economia está a crescer o consumo de materiais aumenta quase proporcionalmente, é quase uma regra mundial”, mas os padrões de desenvolvimento são muito diferentes consoante o país. “Não basta uma economia ser mais eficiente, é preciso mudar estruturalmente para outros setores, é importante quantificar, porque a reestruturação económica vai promover a produtividade dos setores/recursos e contribuir para um futuro mais sustentável.”

Para António Braz Costa,“não há soluções abruptas e a existirem não seriam economicamente sustentáveis porque iriamos cair em preços que ninguém compra. As empresas sozinhas não conseguem mudar o mundo. É um trabalho coletivo, em que é necessária a mobilização de todos”, defendeu o diretor-geral do CeNTI - Centre for Nanotechnology and Smart Materials e do CITEVE.

Mobilidade enquanto modelo de negócio

A emissão de dióxido de carbono e as consequentes alterações climáticas preocupam o mundo e por isso uma mobilidade menos poluente também esteve em cima da mesa na Tech@Week. Vladmiro Feliz, do CEiiA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, defendeu soluções de mobilidade baseadas na sustentabilidade, tempo e preço, a pensar nas novas gerações em que o imediatismo e a conveniência são essenciais, como uma frota de automóveis partilhada por um condomínio para reduzir o número de veículos nas cidades.

Alexandre Videira, da MOBI.E, empresa pública responsável pela rede de carregamentos elétricos em Portugal, também considera que uma “mobilidade mais partilhada e sustentada” é fundamental, lembrando que “é necessário debater o papel do hidrogénio em veículos ligeiros e pesados no futuro”. O administrador adiantou ainda que Portugal se tornou uma das referências a nível internacional na área da mobilidade elétrica.


Inovação chamada para a “mesa dos adultos”

Ana Casaca, Head of Inovation da GALP, considera que independentemente do setor “vivemos um momento em que a inovação é chamada para a mesa dos adultos e em que as energias renováveis têm de ocupar um papel relevante no mundo. “Temos necessidade real de redesenhar o sistema energético. A crise mãe é a emergência climática. Tem de existir uma transição inclusiva e colaborativa porque existem três pilares relevantes: a energia precisa ser acessível, disponível e sustentável”.
Hália Oliveira, da EDP Inovação, refere que é necessário acelerar a transição para soluções que permitam um mundo mais sustentável, mitigando os efeitos negativos imediatos, mas sem nos desfocarmos das soluções para o médio e longo prazo. “É muito bom estarmos neste tipo de ambientes em que ficamos a conhecer trabalho que está a ser feito e também debatermos assuntos estratégicos”, considerou Hália Oliveira, para quem a iniciativa conseguiu unir da melhor forma dois mundos: o conceptual e o prático.

No terreno da segunda Tech@Week organizou-se ainda uma mostra tecnológica para apresentar dezenas de projetos inovadores nascidos da colaboração entre academia/indústria.

 

 

As Tech@Weeks são promovidas no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência de Conhecimento TECH4INNOV, uma iniciativa cofinanciada pelo COMPETE 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

tech4innov
04/10/2022
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