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Conversa decorreu em direto no Facebook da ANI

A primeira Innovation Talk do ano, que decorreu no passado dia 29 de janeiro, trouxe a debate o tema da inovação transfronteiriça entre Portugal e Espanha. A conversa, dinamizada em parceria com o More CoLAB – Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação, contou com a presença de Isabel Ferreira, Secretária de Estado da Valorização do Interior, Ignacio Molina, representante do Ministerio para la Transición Ecológica y Reto Demográfico (Governo Espanhol) e António Costa Silva, presidente da Comissão Executiva da Partex Oil and Gas. A moderação ficou a cargo de Orlando Rodrigues, presidente do Instituto Politécnico de Bragança, entidade que também apoiou esta sessão. 

A fronteira Portugal/Espanha tem estado associada a marginalidade territorial em ambos os países. Porém, encerra um enorme potencial para a afirmação de espaços de inovação, particularmente dinâmicos, desde que seja possível mobilizar dinâmicas de cooperação entre instituições e empresas, beneficiando do hibridismo de culturas e de oportunidades. Como gerar ecossistemas de inovação transfronteiriça, capazes de competir num contexto global e inverter o declínio demográfico destas regiões? Estas foram algumas das questões debatidas nesta Innovation Talk.

Depois de uma pequena intervenção de António Bob Santos, Administrador da ANI, o debate começou com a apresentação dos oradores presentes. Orlando Rodrigues, moderador da conversa, introduziu o tema enfatizando que, de um modo geral, as zonas de fronteira são, habitualmente, importantes focos de inovação, destacando, como exemplo, os casos das sinergias entre França e Alemanha ou da Alemanha com a Suíça. Neste sentido, o presidente do Instituto Politécnico de Bragança afirma que, “é legítimo que nos interroguemos porque é que da convergência de recursos entre Portugal e Espanha não resulta uma confluência entre diferentes oportunidades, que surgem de cada um destes países, e que poderiam originar polos de inovação particularmente interessantes para a economia de ambos os estados.”

Ignacio Molina, afirma que, em Espanha, “a zona transfronteiriça é uma das mais afetas pelo desafio demográfico e com maiores problemas de coesão territorial. O representante do Ministerio para la Transición Ecológica y Reto Demográfico mostrou-se, por isso, preocupado com as dinâmicas regressivas e com a falta de oportunidades que estas zonas sofrem, reforçando que não faz nenhum sentido que, no centro de uma península tenhamos uma barreira ao desenvolvimento de ambos os países. Ignacio Molina reforça, assim, o importante trabalho que tem vindo a ser desenvolvido entre Portugal e Espanha, no sentido de contrariar esta tendência e de valorizar cada vez mais esta parte do território.

Por sua vez, António Costa e Silva afirma não aceitar a ideia de que não existem dinâmicas de inovação no interior, realçando que “é evidente que se verificam muitas dificuldades, mas que há vários exemplos de cidades que se estão a desenvolver cada vez mais, através do dinamismo conjunto das empresas, das autarquias e das instituições de ensino superior”. O presente da Comissão Executiva da Partex Oil and Gas dá como exemplo as cidades de Bragança, Castelo Branco e Elvas, mas reforça que estas não são casos isolados e que tem havido um grande esforço para potenciar ainda mais o progresso destas regiões. Enquanto responsável pelo desenvolvimento do plano de recuperação económica português, em 2020, António Costa Silva defende que, a sua visão, foi a de “transformação das zonas do interior, sobretudo as transfronteiriças, na centralidade da interligação ibérica.” Para isso, o também professor universitário defende ferramentas conceptuais vitais, nomeadamente a conectividade, tanto física, através do desenvolvimento da rede ferroviária ou da construção de estradas essenciais para a ligação entre os dois países, como digital, que se pode conseguir através da extensão da fibra ótica a todo o país e da implementação da rede 5G nos principais corredores transfronteiriços.

Isabel Ferreira realça o esforço deste governo em fazer uma leitura diferente da zona transfronteiriça. A Secretária de Estado da Valorização do Interior assume que “estes territórios têm um enorme potencial de centralidade ibérica e de entrada no espaço europeu e que, por isso, têm de ser valorizados e aproveitados ao máximo.” Na sua intervenção apresentou várias medidas que estão a ser implementadas, de forma articulada entre Portugal e Espanha, ligadas à mobilidade, à segurança, mas também relacionadas com a eliminação de custos de contexto nesta fronteira, através da harmonização e simplificação de vários procedimentos jurídicos e administrativos. Isabel Ferreira destaca ainda, dentro do conjunto de apoios à competitividade, “o grande investimento do governo em conhecimento e inovação nestas zonas”, através do apoio a infraestruturas tecnológicas e das medidas de incentivo à criação de emprego altamente qualificado no interior. A Secretária de Estado especifica, neste âmbito, o apoio aos Laboratórios Colaborativos que, na sua opinião têm tido um papel particularmente relevante no interior.

As Innovation Talks regressam no dia 4 de março, para uma conversa dedicada à normalização da gestão da inovação e à família das normas ISO. Estas sessões decorrem em direto no Facebook e ficam também disponíveis no site e canal de Youtube da ANI, para que possam ser vistas ou revistas. 

innovationtalks
01/02/2021
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